O pavilhão, um espaço para pensar | Apresentação

 O pavilhão, um espaço para pensar, no seguimento da casa preexistente em Boliqueime projetada pelo arquiteto Ricardo Bak Gordon. 

Bak Gordon fala-nos de sensibilidade pela continuidade, a importância e a valorização do passado, do já existente. Foi fundamental, ao projetar o pavilhão, ter esta premissa em mente. Projetar algo novo que complemente mas não roube o protagonismo do preexistente. A relação direta do pavilhão com a casa pela geometria e simetria, sem alterar de forma significativa as vistas que a casa proporciona nem a sua ideologia. A casa em Boliqueime já tem um espaço de isolamento, de atelier, foi por isto crucial encontrar uma solução tão especial quanto esse espaço, mas sem retirar a sua importância, desta forma procurei o inverso, o contraste direto com a Torre. A procura e a descoberta são o principio para o desenvolvimento deste projeto. O pavilhão localiza-se ao lado da piscina, na continuidade das escadas exteriores. Ao descer as escadas procuramos saber onde estas nos levam, a entrada do pavilhão está escondida num movimento em “L” (relação com a entrada principal da casa) o que sucinta em nós uma certa curiosidade para descobrir o que pode haver ali. Estas escadas furam o terreno, acompanham a sua forma, indicando assim o entrar para a natureza, em contraste direto com a Torre, em que seria a elevação do Homem ao céu, neste pavilhão é o Homem ao nível da natureza, fazendo parte dela. A entrada é feita por uma porta em vidro, que permite ao espaço (graças ao movimento em “L”) pouca luz e indireta. Um foco de luz, vindo do corredor, convida-nos e encaminha-nos por um percurso a seguir. O espaço de higiene com uma entrada de luz zenital sob a banheira, com uma parede que não interseta o teto e que por isso permite uma luz difusa e sóbria, divide o espaço de reflexão da zona sanitária. Na continuação do corredor há uma luz chamativa e convidativa vinda na perpendicular. A descoberta, a descida das escadas, uma zona muito iluminada e com azulejos; o teto diagonal, com uma entrada de luz indireta, que permite a luz chamativa que passa para o corredor; o foco principal é uma janela horizontal numa zona de teto baixo, diretamente relacionada com a natureza, ao seu nível, como se nela estivéssemos enfiados. Ao descer estas escadas, por isso, nasce em nós o espanto do reencontro com a natureza. Uma porta no final do corredor, onde a frecha de luz acaba, há o reencontro com o exterior um pátio alto, com um banco para podermos contemplar a paisagem e com sombras especiais projetas pela luz que passa entre o caniço colocado na perpendicular ao chão e ao teto. Os principais atributos do pavilhão é a relação direta com a natureza, o homem ao seu nível, o espanto do redescobrir da natureza, o desconhecido, a procura, a surpresa.


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